30/06/2017 - Por: Cristiane Reimberg / ACS Fundacentro

(foto: ACS Fundacentro)

A importância de ouvir a voz do trabalhador na hora de realizar um projeto foi um dos aspectos discutidos durante o “Seminário Trabalho e Prevenção – Ergonomia” no auditório do Palácio da Justiça do Trabalho, no Rio de Janeiro/RJ. O evento, realizado na última segunda-feira (26), foi organizado pela Fundacentro/RJ e contou com uma plateia significativa.

Esse aspecto foi retratado pela ergonomista e desenhista industrial, Bárbara Oggioni, que falou sobre “a inclusão do trabalhar nos projetos: contribuições da Ergonomia”. Mestre e doutoranda em Engenharia de Produção na Coppe/UFRJ (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia/ Universidade Federal do Rio de Janeiro), Oggioni mostrou alguns estudos de caso que demonstraram uma melhoria significativa nas condições de trabalho a partir do momento em que se levou em consideração a voz do trabalhador.

Um dos setores retratados foi o de plataformas, no caso de manutenção de válvulas e de sistemas off shore, em que os projetistas levaram em consideração as contribuições dos trabalhadores. Com essa interface, os projetos e a intervenção ergonômica puderam proporcionar melhorias no ambiente de trabalho.

“Foi feita uma abordagem da inclusão do trabalhador nos projetos, levando-se em conta que a ergonomia busca uma interface entre o trabalhador, a máquina e o ambiente de trabalho”, explica o chefe técnico da Fundacentro/RJ, Flavio Maldonado Bentes. O trabalhador é quem mais conhece o dia a dia, o objeto e o posto de trabalho. “Os projetistas devem levar em consideração não somente o conhecimento técnico em seus projetos, mas também o conhecimento empírico e prático do trabalhador”, completa.

Outro tema abordado foi “trabalho e saúde: considerações sobre a contribuição da ergonomia”. A terapeuta ocupacional Carolina Alonso, mestre em Ciências da Saúde pela Universidade de São Paulo - USP e doutoranda em Engenharia de Produção pela Coppe/UFRJ, buscou mostrar as contribuições da terapia ocupacional no campo da ergonomia.

“O enfoque foi a interface com o trabalho e melhoria das condições mediante estudos, análise e contribuições, a partir da utilização da terapia ocupacional, contribuindo de maneira mais aprofundada no campo da ergonomia e trazendo melhoria na condição de trabalho dos trabalhadores e na interface do homem com o ambiente de trabalho”, avalia Bentes.

O evento foi encerrado com um debate entre as palestrantes e o público, coordenado pelo analista em ciência e tecnologia da Fundacentro/RJ, Emerson Teixeira.