SUS adota clozapina para tratamento de Parkinson

O medicamento denominado clozapina será oferecido no Sistema Único de Saúde (SUS) para pacientes com transtornos psicóticos associados à doença de Parkinson. O anúncio foi feto pelo Ministério da Saúde na última sexta-feira (10).

A decisão de adotar o antipsicótico para o tratamento da doença, segundo a pasta, foi da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC), atendendo pedido da Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde.

O remédio será usado para combater psicoses associadas à doença. Alguns dos argumentos apresentados são de que essa situação clínica influencia negativamente o quadro, com aumento da dependência, das hospitalizações em casas de saúde e da mortalidade.

De acordo com o Ministério da Saúde, outro indicativo dos benefícios do uso do medicamento no tratamento de sintomas psicóticos associados a Parkinson é sua recomendação pelo Instituto Nacional de Saúde e Excelência Clínica, do Reino Unido, em uma de suas diretrizes clínicas referentes à doença.

A CONITEC chegou a fazer consulta pública para colher opiniões de especialistas e da sociedade civil. “As contribuições recebidas enfatizavam efeitos positivos da incorporação, como a melhora na qualidade de vida do paciente e de seus familiares”, informou a comissão.

A previsão do governo é de que o protocolo clínico seja publicado em até 180 dias. A clozapina já era oferecida no SUS para tratar outras doenças, como transtorno bipolar e esquizofrenia. O investimento para a disponibilização a pacientes com Parkinson é de cerca de R$ 3 milhões ao ano.

Parkinson
A doença de Parkinson é neurodegenerativa e, segundo dados da Organização Mundial da Saúde, acomete 1% da população mundial com idade superior a 65 anos. No Brasil, estima-se que cerca de 200 mil pessoas sofram com o problema.

Além dos problemas motores mais conhecidos, várias manifestações não motoras podem surgir à medida que a doença progride, inclusive sintomas psicóticos.