07/04/2016 - Por: G1

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou no início da semana, o primeiro medicamento imunoterápico para tratar câncer de pulmão no Brasil. O nivolumabe, cujo nome comercial é Opdivo, foi autorizado para tratar câncer de pulmão metastático ou localmente avançado e melanoma metastático.
 
Em vez de terem como alvo direto o tumor, os medicamentos imunoterápicos potencializam a resposta imunológica do próprio paciente contra o câncer. Uma das vantagens da estratégia é que ela apresenta muito menos efeitos colaterais do que a quimioterapia, por exemplo.

Segundo o oncologista Vladmir Cláudio Cordeiro de Lima, do A.C.Camargo Cancer Center, o nivolumabe, da farmacêutica Bristol-Myers Squibb, têm sido testado para vários outros tumores contra os quais demonstra ter potencial. “Ele não ataca o tumor, mas modifica o sistema imunológico, então o mecanismo é igual para todos eles”, explica o médico.

Para câncer de pulmão, a droga será indicada para aqueles que, com câncer metastático ou localmente avançado, já se submeteram ao tratamento quimioterápico e não tiveram boa resposta. Em estudos, a sobrevida dos pacientes que receberam a droga dobrou em relação aos que receberam um quimioterápico.

A taxa de resposta também foi maior: de 20% com o nivolumabe, contra 9,9% com o quimioterápico convencional. “A resposta ainda não é alta, mas já é muito melhor do que o que se tem com o tratamento convencional”, diz Lima.

Preço elevado
A partir da aprovação do medicamento, é feita a definição do preço pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) da Anvisa, o que pode levar cerca de três meses.

Segundo Lima, cada aplicação do nivolumabe custa cerca de US$ 18 mil nos Estados Unidos e, para o tratamento, é indicado que se tome uma dose a cada 14 dias por um período indefinido enquanto o paciente estiver respondendo bem à medicação.

Uma das características do tratamento é que, no início, o tumor parece progredir antes de começar a diminuir. “Com essa droga, você reativa o sistema imune e o linfócito vai para dentro do tumor. O tumor aumenta de tamanho, mas não porque está crescendo, mas porque as células inflamatórias estão dentro dele, é uma pseudoprogressão.”

Já existe no mercado brasileiro outro imunoterápico indicado contra melanoma: o ipilimumabe, cujo nome comercial é Yervoy, também produzido pela Bristol. Segundo especialistas, a busca de imunoterápicos contra câncer é um campo promissor de pesquisa em oncologia.