21/01/2015 - Por: Agência Brasil
A morte de um operário na semana passada, enquanto trabalhava nas obras de modernização do Porto do Rio de Janeiro, levou dezenas de operários da Concessionária Porto Maravilha, responsável pelo empreendimento, a promover manifestação de protesto na manhã da última sexta-feira (16) exigindo melhores condições de trabalho. A empresa é responsável pela execução das obras do novo sistema viário que está sendo implantado na região portuária do Rio.
Durante a manifestação, na Avenida Rodrigues Alves, no centro da cidade, os empregados exigiram que a empresa se posicione o mais rapidamente possível sobre as reivindicações da categoria e anunciaram que, se a concessionária não se manifestar sobre as reivindicações, haveriam novas manifestações esta semana.
Os operários protestam contra a falta de ambulância de plantão permanente no local em que estão sendo executadas obras de grande porte. Um funcionário da Concessionária contou que as máquinas trabalham bem perto das pessoas e alertou para a possibilidade de outros acidentes. Para os trabalhadores, se o funcionário tivesse recebido os primeiros socorros após o acidente, poderia ter sido salvo. Segundo informações dos colegas, a vítima trabalhava na obra há cerca de dez dias e morreu após tomar um choque elétrico. Um outro operário disse que a ambulância demorou cerca de 40 minutos para socorrer a vítima.
"É fio desencapado, as máquinas trabalham em cima das pessoas. Eles só querem correria para entregar a obra no aniversário do Rio de Janeiro [1º de março]. Se continuar do jeito que está, mais pessoas vão morrer aqui. Quando o Ministério do Trabalho [e Emprego] vem aí, eles começam a esconder os erros em cima da hora. Aí eles [fiscais do ministério] não encontram nada, mas, quando eles vão embora, continua a mesma coisa", disse o funcionário.
O diretor de contrato da obra, falando em nome da concessionária, disse que as causas da morte ainda estão sendo apuradas, e ainda não há nenhuma evidência sobre as causas da tragédia. "Estamos dependendo da autópsia para saber exatamente o que aconteceu. Nós não conseguimos identificar nenhum vestígio". Ele negou ainda que a demora no atendimento seja a causa da morte do empregado. "De qualquer forma, em função do número de pessoas que temos trabalhando aqui, estamos disponibilizando, além das ambulâncias de apoio que temos, uma outra unidade fixa na área para não termos mais nenhum problema dessa natureza".