04/01/2017 - Por: G1 / Foto: Paulo Whitaker-Reuters
Mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus da zika
Um grupo de trabalho da Organização Mundial da Saúde (OMS), em parceria com a Universidade de Berna, na Suíça, fez uma análise de 72 estudos publicados sobre o vírus da zika e confirmou sua relação com a síndrome de Guillain-Barré. O artigo foi publicado nesta terça-feira (3) na revista “PLoS Medicine”.
A síndrome de Guillain-Barré é uma condição rara em que o sistema imunitário do paciente ataca os nervos periféricos. Ela é mais frequente no sexo masculino, mas pessoas de todas as idades podem ser afetadas. Os pacientes sentem fraqueza e sensação de dormência, que geralmente começam nas pernas, braços e rosto.
A OMS já havia se posicionado e dito que alguns casos de zika levavam ao Guillain-Barré. Em março de 2016, a organização disse que havia um “forte consenso científico” de que o vírus é uma das causas da síndrome. Até então, a relação não havia sido totalmente comprovada.
Os grupos da OMS e da universidade suíça usaram essas 72 pesquisas (publicadas até 30 de maio de 2016) que incluíam dados sobre o zika e suas consequências à saúde. Foram estabelecidos dez critérios de causalidade para relacionar o vírus à síndrome. Depois, revisaram toda a literatura já publicada e abordaram os resultados - um painel de especialistas foi convocado para avaliar a revisão.
A equipe concluiu que pelo menos oito dos dez critérios foram atendidos entre as 72 pesquisas. Além disso, artigos publicados após a revisão inicial de literatura - de 30 de maio a 29 de julho de 2016 - reforçaram os achados da OMS e da universidade suíça.
“São necessárias revisões rápidas e sistemáticas com atualizações frequentes e disseminação aberta para a avaliação de evidências sobre a infecção pelo vírus da zika, como também para próximas ameaças à saúde que irão surgir”, disseram os autores. “Esta revisão sistemática encontrou provas suficientes para concluir que o vírus da zika é uma causa de anomalias congênitas e é um gatilho para Guillain-Barré”, completaram.
Além da síndrome de Guillain-Barré, a OMS já havia confirmado a relação entre o zika e a microcefalia. O vírus é responsável pela síndrome congênita que pode afetar o sistema nervoso central, causar epilepsia, deficiências auditivas e visuais, prejuízo no desenvolvimento psicomotor, bem como efeitos negativos sobre ossos e articulações.