29/08/2016 - Por: Portal Brasil

Conclusão e resultados dos estudos estão previstos para 2017

A nova fase de estudos clínicos para a vacina para a esquistossomose, chamada de Vacina Sm14, vai começar ainda neste ano no Brasil. O anúncio foi feito na última sexta-feira (26), no Rio de Janeiro, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Os testes ocorrerão ainda este mês e seguem até dezembro de 2016. Esse é o período em que se registra mais casos da doença em território africano.

A Vacina Sm14 será administrada em três doses, com intervalos de um mês entre cada uma. A conclusão e os resultados dos estudos estão previstos para 2017.

“É a primeira vez no mundo que uma vacina parasitária produzida com tecnologia brasileira de última geração chega à Fase II de estudos clínicos. Um importante passo para o enfrentamento desse problema de saúde que atinge principalmente populações pobres de diferentes países”, comemorou o Ministro da Saúde, Ricardo Barros.

A produção e desenvolvimento da vacina é uma parceria público-privada (PPP) entre a Fiocruz e a empresa Orygen Biotecnologia S.A. O projeto é priorizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Ela será produzida a partir de um antígeno – substância que estimula a produção de anticorpos, evitando que o parasita causador da doença se instale no organismo ou que lhe cause danos. “Esse tipo de iniciativa fortalece o Brasil como uma base tecnológica capaz de assegurar o atendimento das demandas do sistema público de saúde”, afirmou o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha.

Nessa fase do estudo, os testes serão realizados em adultos moradores da região endêmica no Senegal, na África, local atingido simultaneamente por duas espécies do parasito Schistosoma, causador da doença. Essa característica, que não existe em nenhuma região brasileira, é muito importante para que se possa verificar a segurança da Vacina Sm14.

Esquistossomose
Os casos da doença acontecem em ambientes onde não há infraestrutura adequada de saneamento básico: fezes de pessoas infectadas com o verme Schistosoma, quando despejadas inapropriadamente em rios e outros cursos de água doce, podem infectar caramujos do gênero Biomphalaria.

Por sua vez, os caramujos liberam larvas do verme na água, podendo infectar outras pessoas por meio do contato com a pele, reiniciando o ciclo da doença. A vacinação terá potencial de interromper o ciclo de transmissão, induzindo uma imunidade duradoura.