30/05/2016 - Por: Portal Brasil

A descoberta brasileira permite aumentar longevidade de pacientes com câncer de pulmão

Um grupo de pesquisadores do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, descobriu ser possível rastrear o osso do paciente com adenocarcinoma de pulmão, um subtipo de câncer em que há maior risco de metástase óssea, e, assim, começar o tratamento mais cedo. A descoberta permite aumentar a qualidade e a longevidade de pacientes com câncer de pulmão com metástase óssea.

“Os ossos são um dos principais locais de metástase no organismo, e esse risco aumenta em pacientes com adenocarcinoma. Com esta descoberta, temos como avaliar por exames e tentar rastrear o osso do paciente com adenocarcinoma. Se identificarmos que se espalhou para o osso, podemos tratar mais cedo e aumentar as chances de vida desse paciente”, disse o coordenador da pesquisa, Marcelo Bragança dos Reis.

O exame para detectar metástase nos ossos é feito normalmente quando o paciente sente dores, disse Bragança. Embora não seja o mais comum, o câncer de pulmão é o que mais mata no mundo, alertou o ortopedista, e o adenocarcinoma é o subtipo mais comum.

Para a pesquisa, foram selecionados 413 pacientes diagnosticados entre 2003 e 2012. Ela foi feita durante o ano de 2015, e o estudo foi publicado recentemente no periódico Lung Cancer, a mais importante revista científica sobre câncer de pulmão.

“Esse cuidado de inserir na rotina o rastreamento dos ossos durante e após o tratamento ainda não é feito. A segunda fase da pesquisa é tentar comprovar e detectar precocemente a metástase, que trará benefícios na sobrevida desse paciente”, comentou. O tratamento para a metástase óssea é por meio de medicamento intravenoso e cirurgia. Infelizmente, não existe cura para a metástase óssea.

Além de Bragança, participaram do trabalho os médicos do Instituto de Doenças do Tórax Marcos Eduardo Machado Paschoal e Fernanda Carvalho de Queiroz Mello.