10/03/2016 - Por: UOL - Canal Executivo

O estresse faz parte do cotidiano profissional e competitivo da sociedade contemporânea. A Síndrome de Burnout é uma das consequências deste ritmo atual: um estado de tensão emocional e estresse crônico provocado por condições de trabalho desgastantes. O próprio termo “burnout” demonstra que esse desgaste danifica aspectos físicos e psicológicos da pessoa. Afinal, traduzindo do inglês, “burn” quer dizer “queima” e “out” significa “exterior”. Considerado um distúrbio psíquico causado pelo cansaço mental, emocional e físico, devido ao excesso de trabalho. Ou seja, o envolvimento praticamente ininterrupto da pessoa com a área profissional se torna tão grande que ela deixa de ter e aproveitar momentos de repouso, relaxamento mental e distanciamento das atividades. Assim, a síndrome interfere negativamente no resultado de quem pensa apenas em demonstrar seu desempenho profissional ao máximo, buscar sucesso, status, realização, etc.

Em geral, a síndrome atinge profissionais que lidam direto e intensamente com pessoas e influenciam suas vidas. É o caso de profissionais das áreas de educação, assistência social, saúde, recursos humanos, bombeiros, policiais, advogados e jornalistas.

De acordo com a psicanalista Andreia Rego, quem convive com uma pessoa que sofre de esgotamento profissional pode ser capaz de identificar a síndrome por meio do comportamento dela.

“O indivíduo passa a agir de forma mais agressiva, fica mais mal-humorado e antissocial. Nas relações de trabalho, ele tenta impor sua superioridade quando há tarefas comuns com outros colegas, por vezes também prefere ficar isolado. Na cabeça dessas pessoas, os pensamentos negativos dominam e, dependendo de quão intenso o distúrbio esteja, a vida acaba não tendo sentido, isto é, elas passam a ter um vazio existencial, o que gera grande desmotivação para tudo”, afirma.

Mas como evitar a síndrome?
Segundo Andreia, que também é coach de Desenvolvimento Humano, a pessoa exausta com suas responsabilidades apresenta alguns sintomas, como fortes dores de cabeça e/ou estomacais, calafrios, falta de ar, desconcentração, insônias, tonturas e até depressão. “A síndrome surge aos poucos e os impactos variam de acordo com cada um. Por isso, é importante parar e tentar perceber se você tem tido picos de alterações, não tão constantes, ou se tem levado a rotina com mais compulsão e imediatismo”.

Além do tratamento, que inclui terapia e medicamentos, como antidepressivos, se faz necessária uma mudança no estilo de vida. A atividade física regular e os exercícios de relaxamento devem entrar para a rotina, pois ajudam a controlar os sintomas. É importante que o médico observe se é o ambiente profissional a causa do estresse ou se são as atitudes da própria pessoa que geram a crise.

A qualidade de vida é uma das armas para prevenir a Síndrome de Burnout. E isso inclui cuidar da saúde, dormir e alimentar-se bem, praticar exercícios e manter uma vida social bem ativa.

Dessa forma, também o processo de coaching é instrumento que pode ser utilizado para evitar a Síndrome de Burnout, já que, por meio dele, é possível passar pelas esferas de vida do indivíduo e proporcionar uma reflexão sobre como está sua qualidade de vida, gestão de tempo e equilíbrio emocional. “O maior benefício que o coaching traz é o autoconhecimento. Essa peça é fundamental para afastar o distúrbio psíquico porque fortalece a autoestima e o bem estar, depois de conciliar as obrigações profissionais com atividades de prazer”, conclui a psicanalista.