01/02/2016 - Por: Agência Saúde
Teaser da campanha 2016 para web do Ministério da Saúde
O Brasil registrou, em 2015, recorde no número de pessoas em tratamento de HIV e aids: 81 mil brasileiros começaram a se tratar no ano passado, um aumento de 13% em relação a 2014, quando 72 mil pessoas aderiram aos medicamentos. Isso significa que, em seis anos, o país praticamente dobrou o número de brasileiros que fazem uso de antirretrovirais.
Outro avanço importante é a supressão viral: 91% dos brasileiros adultos vivendo com HIV e aids, em tratamento há pelo menos 6 meses, já apresentam carga viral indetectável no organismo. “Isso significa que essas pessoas não mais transmitem o vírus para outras, e que os antirretrovirais fizeram efeito. É um grande avanço em termos de saúde pública, embora o uso da camisinha continue sendo preponderante para prevenir a contaminação”, frisou o diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, Fábio Mesquita, que apresentou na última sexta-feira (29) em Salvador/BA, os dados atualizados sobre o tema durante o lançamento da campanha de prevenção às DST e Aids para o Carnaval 2016.
CAMPANHA DE CARNAVAL - A campanha de Carnaval deste ano, veiculada entre os dias 27 de janeiro e 6 de fevereiro, tem como slogan Deixe a Camisinha Entrar na Festa. Ela reforça o preservativo como a mais importante arma de combate ao HIV e aids, trabalhando a mensagem de prevenção nas ações pré-carnaval e durante as festas. Entre as peças estão filmes e vídeos para TV e redes sociais, peças para a web, jingles para veiculação em rádios, trios elétricos e carros de som, além de ações especiais com os blocos de carnaval. Para a campanha, foram investidos cerca de R$ 14 milhões.
O diferencial da campanha deste ano é que, a partir da Quarta-Feira de Cinzas, serão distribuídos folhetos nos postos de saúde e outdoors sobre a profilaxia pós-exposição (PEP). Dessa forma, no período pós-Carnaval, o Ministério continuará incentivando a testagem e o tratamento para os casos de sorologia positiva, completando assim, o tripé da prevenção.
PROFILAXIA PÓS-EXPOSIÇÃO - A profilaxia pós-exposição (PEP) é um procedimento que evita a proliferação do vírus HIV caso o medicamento seja tomado em até 72 horas após a exposição ao vírus, como nos casos de sexo desprotegido. O ideal, de acordo com o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas, é que seu uso seja feito nas primeiras duas horas após a exposição ao risco. Ao todo, são 28 dias consecutivos de uso dos quatro medicamentos antirretrovirais previstos no novo protocolo (tenofovir + lamivudina + atazanavir + ritonavir).
Desde a última quinta-feira (28), entrou no ar, no site do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais (DDAHV) do Ministério da Saúde, uma nova área sobre Profilaxia Pós-Exposição (PEP) com informações customizadas para o usuário do SUS, profissionais de saúde e gestores estaduais e municipais. O conteúdo inclui a lista das 515 unidades de saúde que ofertam a PEP.
Durante o carnaval haverá distribuição de 5 milhões de preservativos em ações especiais nos blocos, em cidades como Recife, Olinda, São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro e Ouro Preto. Serão enviados, a bares selecionados, dispensers com preservativos e cartazes para sinalização dos pontos de distribuição gratuita.
Atualmente a epidemia no Brasil está estabilizada, com taxa de detecção em torno de 19,7 casos a cada 100 mil habitantes. Isso representa cerca de 40 mil casos novos ao ano. Desde o início da epidemia de aids no Brasil – em 1980 – até junho de 2015, foram registrados no país 798.366 casos de aids.