19/01/2016 - Por: Macaé Offshore / Monitor Mercantil

A presidente Dilma Rousseff disse que a Petrobras “tem se adaptado” às dificuldades econômicas enfrentadas, mas não descarta a adoção de uma política por parte do governo para apoiar a estatal. Durante café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto, a presidente disse que há outros fatores que influenciam o preço do petróleo, como a redução do câmbio em vários países, com exceção da União Europeia.

Perguntada se a União poderia ajudar a estatal a se capitalizar, Dilma não respondeu de forma direta, mas disse que o governo vai continuar analisando os desdobramentos da queda no preço do petróleo para decidir o que fará.
 
“O petróleo a preço mais baixo vai alterar de forma substantiva a economia internacional. É óbvio que o petróleo em níveis menores será sempre preocupante. O que nós faremos será em função do cenário nacional e internacional. Nós não descartamos que será necessário fazer uma avaliação se esse processo continuar. Agora, não somos nós, governo brasileiro, que descartamos. Nenhum governo vai descartar, incluindo a política do Fed (Banco Central dos Estados Unidos) de redução de juros”, disse.
 
A capitalização viria ao encontro das propostas da Aliança pelo Brasil, projeto do senador Roberto Requião, em tramitação no Senado, que autoriza o Tesouro Nacional a fazer um empréstimo ao BNDES para que ele financie a Petrobras no montante necessário para que retome os investimentos. A estatal emitiria debêntures para dar em garantia ao Banco, e usaria os recursos assim obtidos para irrigar toda a cadeia produtiva do petróleo, pagando imediatamente os atrasados.
 
“Acredito que nessa questão do preço do petróleo estão embutidas muitas coisas além da Petrobras. Ela tem força para se manter. Ela produz petróleo em um preço muito baixo. Ela tem essa expertise, todo mercado sabe que ela produz a um custo baixo”, afirmou Dilma.