17/12/2015 - Por: CREMERJ

O CREMERJ se reuniu nesta quarta-feira, 16, com cerca de 100 profissionais de saúde do Hospital Estadual Getúlio Vargas (HEGV), uma das principais unidades de emergências do estado do Rio e que corre o risco de fechamento por conta da falta de repasses. Na terça-feira, 15, o Conselho foi notificado por carta pelos diretores médicos do HEGV e do Hospital Estadual Adão Pereira Nunes (HEAPN) sobre a crise que as unidades enfrentam, ambas geridas pela Organização Social Pró-Saúde.


O HEGV sofre com problemas de desabastecimento de insumos e medicamentos essenciais, comprometendo o funcionamento de vários setores do hospital. As cirurgias eletivas, inclusive, já foram suspensas. Segundo a direção, a falta de recursos repassados pela Secretaria de Estadual de Saúde (SES) chegou a um nível insustentável e leva ao risco de desassistência aos pacientes internados e aos que chegam à emergência. Com o atual estoque de materiais e medicamentos, a unidade poderá fechar as portas a qualquer momento.

Esses mesmos problemas são enfrentados pelo HEAPN. Referência no atendimento e na realização de cirurgias ortopédicas, a unidade está com falta de insumos que vão desde itens básicos a materiais utilizados para realização das cirurgias, o que deixa mais de 30 pacientes internados aguardando pelo procedimento.

Nos dois hospitais, a falta de pagamento a fornecedores tem causado a interrupção de serviços essenciais, como higiene e limpeza, nutrição, esterilização e exames diagnósticos. O serviço de pediatria do Getúlio Vargas, por exemplo, ameaça suspender todas as cirurgias por problemas com a nutrição dos pacientes.

Outro grave problema está ligado ao déficit de profissionais, uma vez que, com recorrentes atrasos de pagamento, eles estão optando por deixar a unidade. No HEGV, os médicos concursados estão com salário em dia, no entanto, os que são contratados pela Pró-Saúde estão sem receber o salário referente ao mês de novembro.

O vice-presidente do CREMERJ, Nelson Nahon, esclareceu que a posição do Conselho é a mesma dos profissionais de saúde, do conselho-gestor e da comunidade. “Não vamos permitir que fechem as emergências desses hospitais. Queremos que o governo estadual assuma a obrigação de repassar as verbas para essas instituições e de pagar as suas dívidas, para que elas voltem a funcionar em sua plenitude”, afirmou.

Durante a reunião com o Conselho, os profissionais do HEGV relataram ainda que têm sofrido ameaças e agressões físicas devido à dificuldade nas condições de atendimento. Eles afirmaram que não têm recursos para prestar uma assistência de qualidade para a população e, com isso, todos acabam sofrendo.

Segundo a direção das instituições, a Secretaria Estadual de Saúde já foi informada da situação e, se não forem adotadas medidas imediatas para contornar o quadro crítico, as unidades terão de fechas as portas.