02/07/2015 - Por: Portal Brasil com informações do Ministério da Saúde e Blog da Saúde
É necessário controlar os níveis de glicemia com medicamentos e exercícios
A Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com o IBGE, mostra que o diabetes atinge 9 milhões de brasileiros – o que corresponde a 6,2% da população adulta. As mulheres (7%) apresentaram maior proporção da doença do que os homens (5,4%) – 5,4 milhões de mulheres contra 3,6 milhões de homens. Os percentuais de prevalência da doença por faixa etária são: 0,6% entre 18 a 29 anos; 5% de 30 a 59 anos; 14,5% entre 60 e 64 anos e 19,9% entre 65 e 74 anos. Para aqueles que tinham 75 anos ou mais de idade, o percentual foi de 19,6%.
Para tratar o diabetes, o Ministério da Saúde oferece medicamentos de graça pelo programa Farmácia Popular. São seis medicamentos financiados pelo Ministério da Saúde e liberados nas farmácias credenciadas. Desde fevereiro de 2011, início da gratuidade para os medicamentos do diabetes no farmácia popular, 8,3 milhões de pessoas retiraram o remédio gratuitamente.
O paciente pode retirar o produto em qualquer um dos 34,5 mil estabelecimentos do programa, sendo 532 da rede própria do SUS e 33,9 mil farmácias particulares credenciadas. Para retirar os remédios, basta apresentar um documento de identidade com foto, CPF e receita médica dentro do prazo de validade, que são 120 dias. A receita pode ser emitida tanto por um profissional do SUS quanto por um médico que atende em hospitais ou clínicas privadas.
Sobre a doença
O diabetes é uma doença crônica metabólica caracterizada pelo aumento da glicose no sangue. O distúrbio acontece porque o pâncreas não é capaz de produzir a insulina em quantidade suficiente para suprir as necessidades do organismo. A insulina promove a redução da glicemia ao permitir que o açúcar que está presente no sangue possa penetrar as células, para ser utilizado como fonte de energia.
Se não tratado, o diabetes sobre causar insuficiência renal, amputação de membros, cegueira, doenças cardiovasculares, como AVC (derrame), e infarto.
Luiz Eduardo Monteiro, 58 anos, teve o diagnóstico de diabetes aos 28 anos. “Eu era bem gordo, pesava quase 120 quilos, e comecei a emagrecer de uma hora para outra. Em um mês perdi 47 quilos. Fui ao médico, fiz os exames e descobri a doença. A partir daquele momento comecei a tomar insulina e travar minha eterna briga com a taxa de glicose”, disse. Depois do diagnóstico, o servidor público teve que mudar os hábitos. “Além dos medicamentos, faço uma dieta e evito coisas que contêm muito açúcar, como doces e refrigerantes. É possível comer de tudo, com moderação”, conta.
Após 30 anos convivendo com a doença, Luiz Eduardo já teve algumas complicações consequentes da diabetes. “Tive alguns sangramentos nas vistas e perdi a visão de um olho em um procedimento. A pressão e o coração também sofreram, fiz três pontes de safena”, relata.
Existem alguns tipos mais comuns de diabetes. O tipo 1 é conhecido também como insulinodependente. Estes pacientes necessitam de aplicação de injeções diárias de insulina, pois o seu corpo já não produz mais insulina ou a produção é insuficiente.
No diabetes tipo 2, que é a do Luiz Eduardo, o organismo produz insulina normalmente, porém o corpo se torna resistente à ação do hormônio e as taxas de açúcar no sangue se elevam. Esse tipo da doença atinge aproximadamente 90% dos diabéticos e é um mal silencioso.
Existe também o diabetes gestacional, em que as taxas de glicose do sangue durante a gravidez são elevadas, principalmente quando há um aumento efetivo de peso, mas os níveis de glicose voltam ao normal após o parto. É recomendado que mulheres que tiveram casos de diabetes gestacional façam controle das taxas nos anos posteriores à gravidez.
Para controlar os níveis glicêmicos é recomendado praticar exercícios físicos regularmente e com orientação médica. Hidroginástica, caminhada, corrida e natação também ajudam a aliviar situações de estresse.
Pesquisa
A PNS é a primeira pesquisa no Brasil que também contará com coleta de sangue e urina, aferição de medidas antropométricas e medição da pressão arterial. Cerca de 16 mil pessoas (sorteadas entre os entrevistados) deverão ser submetidas aos exames.