01/06/2015 - Por: Fundacentro / Foto: Época

Transtornos mentais e comportamentais, burnout, assédio moral, riscos biológicos, acidentes com materiais perfurocortantes são alguns dos problemas que afetam os trabalhadores do setor de saúde. Essas questões foram apresentadas pela tecnologista da Fundacentro, Tereza Ferreira, no II Ciclo de Palestra realizado pela instituição no Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimento de Serviço de Saúde de Santos – SintraSaúde, na 2ª quinzena de maio.

A psicóloga Tereza Ferreira realizou estudos com enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem. Ela percebeu um desconhecimento sobre os riscos biológicos, a falta de espaço para descanso desses profissionais, problemas de iluminação e ventilação, equipamentos sucateados, jornada dupla e sobrecarga de trabalho. “Há muitas queixas em relação às condições de trabalho. Por exemplo, se o colega faltar no plantão, alguém precisa preencher a lacuna”, relata.

Entre os profissionais de enfermagem, os auxiliares e técnicos estão mais voltados para o trabalho com o paciente. Já os de formação universitária, para trabalhos administrativos. O processo de cuidar está ligado ao sofrimento.

“Você lida com vida humanas e há necessidade de disponibilizar sempre outras oportunidades, como ter a medicação e outras facilidades que diminuam a dor e o sofrimento de quem procura o serviço de saúde”, explica a psicóloga.

Por outro lado, há lacuna a ser preenchida em relação aos acidentes de trabalho sofridos pelos trabalhadores de limpeza, da lavanderia e da manutenção no setor de saúde. Eles sofrem, por exemplo, acidentes perfurocortantes e estão expostos a riscos biológicos. “Os acidentes não aparecem e não há preocupação com eles, que também são trabalhadores da saúde. Essas pessoas precisam de atenção”, alerta Tereza Ferreira.


Violência laboral

Outra questão abordada foi a violência laboral. No setor da saúde, o assédio moral ocorre de chefias para pessoal de enfermagem e subordinados, e entre colegas de mesmo nível. Muitas vezes é organizacional, pois é estimulado e ocorre como política da empresa.

“Mexer com perseguição e humilhação é mexer com a dignidade da pessoa. Se passa mensagem de constrangimento e de humilhação, a pessoa passa a acreditar que é aquilo que o outro falou. Esse sofrimento ele leva”, aponta a tecnologista da Fundacentro.

Também há violências como agressões físicas e morais de usuários e de acompanhantes, além de casos de assédio sexual.