28/05/2015 - Por: Revista Proteção

Editada em 2010, a norma elaborada pelo Ministério do Trabalho obriga as indústrias a implantar uma série de ações e modificações de seus equipamentos. Um exemplo das modificações exigidas é a implantação de proteções, bloqueios, portões ou sensores que desliguem imediatamente a linha de produção no caso de o trabalhador estar em área próxima à de operação.

Além das mudanças que abrangem elétrica e acionamento das máquinas, a norma determina a elaboração de manuais detalhados e treinamento dos operadores.

Entre as dificuldades enfrentadas pelos industriais está o alto custo para adaptar os equipamentos e, muitas vezes, a impossibilidade dessa adequação. "Não se questiona a necessidade de proteger o ambiente de trabalho, nenhum empresário discorda disso. O que se tem questionado é o como realizar essas mudanças quando a norma dá prazos exíguos para fazer modificações e determinações genéricas que não são aplicáveis a muitos equipamentos", afirma Bruno Bilbao Adad, engenheiro de segurança e consultor em prevenção de acidentes com máquinas e equipamentos do Senai no Paraná.

Para Adad, não considerar o período em que os equipamentos foram adquiridos e a realidade da indústria é inconcebível.

"É como ter um fusca 1969 e ser obrigado a colocar freios ABS e airbag, o que é praticamente impossível. Mas, mesmo diante dessas dificuldades, o industrial está fazendo tudo o que está ao alcance para conhecer e realizar essas adequações", diz.

Adequações
Muitas empresas têm buscado, como primeira iniciativa, realizar um diagnóstico das mudanças necessárias para se adequar à NR 12, um dos serviços oferecidos pelo Senai no Paraná por meio de profissionais especializados na área de segurança de máquinas e equipamentos. Após o diagnóstico, os consultores auxiliam a indústria a elaborar um plano de ação e um cronograma de adaptações, para que seja possível adequar as mudanças ao orçamento, causando o menor impacto possível aos caixas, já pressionados pela crise econômica.

A procura é tão grande que, para conseguir atender um maior número de empresas e reduzir os custos possibilitando a participação de todos, desde os pequenos industriais até grandes e médias empresas, a instituição tem realizado partes gerais do planejamento por setor, via sindicato que representa as indústrias do segmento. Foi o que ocorreu, por exemplo, com as indústrias da área de plásticos, com atendimento de mais de uma centena de empresas, e que está ocorrendo em vários outros sindicatos como o Simov, que representa as indústrias de móveis, e o Sindbor, sindicato que reúne as indústrias de artefatos de borracha, entre outras instituições. Neste caso, é realizado em um primeiro momento um diagnóstico geral para o setor e depois consultorias especializadas para cada empresa.

Além do diagnóstico, que aponta o que os empresários precisam fazer para estarem totalmente adequados à norma, o Senai também realiza o treinamento dos operadores das máquinas e equipamentos, outra exigência da legislação. E as mudanças têm trazido resultados, de acordo com Adad. "Os empresários estão investindo bastante, como sempre investiram, só que hoje está mais evidente esse investimento. Atualmente as indústrias estão buscando ser cada vez mais seguras e atuando na formação e atualização dos quadros funcionais. Esse assunto está sendo tratado de maneira sistêmica e é possível observar que essas mudanças têm impactos no clima organizacional", completa.