15/12/2014 - Por: ANAMT
Segundo dados da Tábua Completa de Mortalidade 2013, publicada pelo IBGE, desde 1980, a expectativa de vida dos brasileiros aumentou 12,4 anos, chegando aos 74,9 anos no ano passado. Com o envelhecimento crescente da população, a gestão da saúde dos trabalhadores deve considerar essa mudança de quadro. Nesse contexto, a ANAMT abordou, em sua 9ª Reunião Científica no Ano Ramazzini o tema “Envelhecimento, trabalho e Medicina do Trabalho: um olhar para o envelhecimento das populações e as suas repercussões no mundo do trabalho". O encontro foi liderado pelo Prof. Antonio de Sousa Uva, professor catedrático do Departamento de Saúde Ocupacional e Ambiental da Escola Nacional de Saúde Pública, da Universidade Nova de Lisboa, e pesquisador do Centro de Investigação da Malária e Doenças Tropicais – Saúde Pública (CMDT) e do Centro de Investigação em Saúde Pública (CISP).
Segundo ele, a maior dificuldade na abordagem desse tema é a falta de concepção de espaços e situações de trabalho adequados às potencialidades de funcionários mais velhos: “Isso demanda uma importante mudança de mentalidade daqueles que são responsáveis pelas organizações produtivas, adaptando o ambiente de trabalho e potencializando os aspectos positivos dessas circunstâncias”.
Prof. Antonio lembra também que devem-se levar em consideração os problemas de saúde surgidos com o aumento da idade, que determinarão as estratégias dos Médicos do Trabalho e a forma como organizam o seu trabalho.
Intercâmbio
Vindo de Portugal, Prof. Antonio observa que o processo de valorização da especialidade médica em um país como o Brasil é fundamental para o desenvolvimento dos atores envolvidos. “A participação de organizações como a ANAMT e a Sociedade Portuguesa de Medicina do Trabalho é decisiva para a capacitação da comunidade em torno da indispensabilidade de um ciclo de vida saudável em uma sociedade desenvolvida. Os debates, o estudo e a investigação auxiliam nessa transformação da especialidade e são indispensáveis”, declarou.