31/10/2019 - Por: AFP

O glifosato é um dos herbicidas mais usados no mundo (Foto: Reuters)

A Bayer enfrenta 42.700 ações judiciais nos Estados Unidos pelos problemas de saúde supostamente provocados pelo glifosato, o herbicida mais utilizado do mundo, comercializado por sua subsidiária Monsanto, anunciou nesta quarta-feira (30) o grupo farmacêutico e agroquímico alemão. O número de denúncias, atualizado até 11 de outubro passado e divulgado nesta quarta-feira, representa um aumento significativo em comparação com os 18.400 processos de julho e os 5.000 anunciados em abril.

A Bayer explica este aumento pelas campanhas televisivas nos Estados Unidos buscando denunciantes, mas afirma que "o número de processos não quer dizer que sejam admissíveis", afirmou o diretor do grupo, Werner Baumann, em uma conferência telefônica. Mas desde então o grupo alemão enfrenta a má reputação da Monsanto, tanto por suas sementes geneticamente modificadas como por seus pesticidas - como o conhecido Roundup, à base de glifosato, alvo de processos judiciais e de debate político em ambos os países.

O Centro Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), vinculado à OMS, afirmou em 2015 que o glifosato era "provavelmente cancerígeno". No entanto, trata-se de uma avaliação genérica do risco do produto e não de seus efeitos tendo em conta a exposição a doses normais.

Paralelamente, a Bayer confirmou nesta quarta-feira seus objetivos de resultado anuais "apesar de uma queda das previsões de crescimento" da economia mundial.

O faturamento aumentou 5,4%, até 9,8 bilhões de euros, e o resultado operativo (sem elementos excepcionais) aumentou 7,5%, até 2,3 bilhões de euros.

O lucro líquido caiu 64% no terceiro trimestre de 2019. No mesmo período de 2018 havia aumentado consideravelmente, mas apenas devido à venda de várias atividades.

Para 2019 a Bayer prevê um faturamento de cerca de 43,5 bilhões de euros.