26/07/2019 - Por: G1

Alcoolismo tem crescido no país (Foto: RPC/Divulgação)

O consumo abusivo de álcool entre as mulheres aumentou de 7,7% para 11% nos últimos 13 anos, uma variação maior do que a registrada entre os homens no mesmo período. Os dados são da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2018, divulgada nesta quinta-feira (25). Apesar de o aumento maior ter sido registrado entre as mulheres, os homens são ainda o grupo com maior incidência do consumo excessivo de álcool. Em 2018, 26% deles disseram que fizeram uso abusivo de bebidas, contra 24,8% em 2006.

A pesquisa considera como uso abusivo de álcool a ingestão de quatro ou mais doses entre as mulheres e cinco ou mais doses de bebidas alcoólicas entre os homens, em uma mesma ocasião, nos últimos 30 dias.

"O consumo abusivo de álcool entre as mulheres teve um aumento expressivo, também de mudanças comportamentais, relacionamento, as mulheres estão consumindo mais álcool, estão trabalhando mais também, estão com uma vida social muito mais ativa e eu acho que a melhor estratégia é informação, explicar os malefícios do álcool para um consumo regular mais sustentável", disse Wanderson Kléber de Oliveira, Secretário de Vigilância em Saúde Ministério da Saúde.

Mortes decorrentes do álcool
O Ministério da Saúde afirma que 1,45% do total de mortes que aconteceram entre os anos 2000 e 2017 estão "totalmente atribuídos à ingestão abusiva de bebidas". Ele cita, por exemplo, a doença hepática alcoólica como um dos exemplos de consequências do abuso da substância que podem ser mortais.

Consumo entre jovens e adultos
O levantamento do Ministério da Saúde identificou que entre os homens, o uso abusivo se concentra na faixa etária de 25 a 34 anos, onde mais de um terço (34,2%) dos participantes afirmaram terem consumi bebidas em excesso. Já entre as mulheres, a maior incidência (18%) está nas mais jovens, entre 18 e 24 anos. Entre a população com mais de 65 anos, 7,2% dos homens e 2% das mulheres se enquadram nessa situação.

Sobre a pesquisa
A Vigitel é realizada anualmente pelo Ministério da Saúde por meio de entrevistas telefônicas. A edição de 2018 foi elaborada com base em 52.395 entrevistas feitas por telefone entre fevereiro e dezembro do ano passado, feitas com pessoas com mais de 18 anos nas 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal