06/08/2014 - Por: BBC Brasil

Agentes de saúde pública estão entre os que mais correm risco de contrair o Ebola

O QUE É:
O Ebola é uma doença causada por um vírus com sintomas iniciais incluem febre, fraqueza extrema, dores musculares e dor de garganta, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). À medida que a doença avança, o paciente pode sofrer de vômitos, diarreias e – em alguns casos – hemorragia interna e externa.
Seres humanos contraem a doença por meio do contato com animais (chimpanzés, morcegos e antílopes) - contaminados, e entre humanos, espalhando-se por meio do contato direto com sangue contaminado, fluidos corporais, órgãos do doente ou mesmo em contato com ambientes contaminados. Até funerais de vítimas de ebola podem representar risco, se outras pessoas tiverem contato direto com o corpo. O período de incubação pode demorar de dois dias a três semanas e o diagnóstico é complexo, permanecendo contaminadas enquanto seu sangue e suas secreções contiverem o vírus – em alguns casos, até sete semanas depois da recuperação.  Agentes de saúde pública também correm risco tratando pacientes sem as devidas precauções.

OCORRÊNCIA:
Surtos de ebola têm ocorrido primariamente em vilarejos remotos da África Central e Ocidental, com a particularidade de ter se iniciado na Guiné e de espalhar-se por áreas urbanas. Do sudeste da Guiné, o vírus chegou à capital, Conakry, e aos países vizinhos Libéria e Serra Leoa.
A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) qualifica o surto de "sem precedentes", pois os casos se distribuem por áreas separadas por centenas de quilômetros na Guiné. A ONG diz que a tarefa de acompanhar pessoas que tiveram contato com pacientes de ebola é uma "corrida contra o relógio".

MEDIDAS DE CONTROLE:
Ainda não há cura para o Ebola. Entre as medidas de controle, o Banco Mundial anunciou que destinará US$ 200 milhões em caráter de urgência para ajudar Guiné, Libéria e Serra Leoa a conter a epidemia de ebola. Centenas de soldados na Libéria e em Serra Leoa foram mobilizados para conter o pânico nas comunidades afetadas e transportar equipes médicas de um vilarejo a outro. A Libéria já fechou escolas e a maioria das suas fronteiras e colocou em quarentena as comunidades onde o vírus foi encontrado. As companhias aéreas Asky e Arik Air, que operam no Oeste da África, suspenderam seus voos para Libéria e Serra Leoa. Testes mais rigorosos estão sendo realizados em aeroportos. No início do surto atual, o Senegal fechou sua fronteira com a Guiné. Países asiáticos, como China e Vietnã, também estão se mobilizando para evitar a entrada do vírus em seu território, com ações como o monitoramento mais criterioso de passageiros nos aeroportos.

PRECAUÇÕES:
Segundo a OMS, evitar o contato com pacientes de ebola e seus fluidos corpóreos. Lavar as mãos reduz as chances de contrair a doença, além de evitar tocar em quaisquer objetos em ambientes públicos que possa carregar o vírus. Quem estiver cuidando de pacientes de ebola precisa usar equipamento de proteção, como luvas e máscaras, e lavar bem as mãos regularmente. Populações em áreas rurais estão sendo aconselhadas pela OMS a não consumir carnes cruas de animais selvagens e manter a distância de morcegos, macacos e primatas. Alguns tipos de morcegos são considerados iguarias na Guiné, onde o surto teve início.
Em março, o Ministério da Saúde da Libéria aconselhou as pessoas a evitar sexo; o vírus pode ser transmitido pelo sêmen, mesmo até sete semanas depois da eventual recuperação de um paciente, observa a OMS. As recomendações já eram de evitar apertos de mão e beijos.

O QUE FAZER EM CASO DE CONTÁGIO:
Segundo a MSF, o atual surto é causado pela variedade mais agressiva do ebola, matando entre 50% e 60% das pessoas que infecta. A recomendação é para o isolamento e procurar ajuda médica profissional. A chance de sobrevivência aumenta se o paciente começar a receber tratamento imediatamente. Como os pacientes ficam desidratados rapidamente, a recomendação é pela ingestão de líquidos com eletrólitos ou de fluidos por via intravenosa.