30/09/2021 - Por: G1 - Globo.com EU ATLETA

Segundo estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Montreal, no Canadá, quem faz esporte na primeira infância tem menos chance de ter depressão e ansiedade a medida em que cresce. A pesquisa acaba de ser publicada no Journal of Developmental & Behavioral Pediatrics e sugere que os meninos que experimentam menos estresse emocional no meio da infância também têm maior probabilidade de ser fisicamente mais ativos no início da adolescência.

A ideia dos cientistas era mostrar a relação entre a participação em esportes e os sintomas depressivos e de ansiedade em crianças em idade escolar, e verificar se havia diferença entre meninos e meninas.

Foram examinados hábitos esportivos e atividade física de crianças de 5 e 12 anos e sintomas de estresse aos 6 a 10 anos. Os dados dos participantes nascidos em 1997 e 1998 eram do Quebec Longitudinal Study of Child Development. Os pais de 690 meninos e 748 meninas relataram a participação em esportes antes de 5 anos e o nível semanal de atividade física aos 12 anos; os professores avaliaram sintomas de estresse emocional observados na escola dos 6 aos 10 anos. Os dados foram separados por sexo para identificar qualquer ligação entre a atividade física e o sofrimento emocional.

Meninos de 5 anos que nunca fizeram esportes tinham maior probabilidade de entre 6 e 10 anos parecerem infelizes, cansados e com dificuldade de se divertir, e aos 12 anos menos ativos fisicamente. Já nas meninas, os pesquisadores não encontram mudanças significativas.

Segundo os pesquisadores, os meninos que praticam esportes na pré-escola podem se beneficiar de atividades físicas que ajudem a desenvolver habilidades para a vida, como tomar iniciativa, trabalhar em equipe e praticar o autocontrole, além de construir relacionamentos de apoio com colegas e adultos. Por outro lado, meninos que apresentam sintomas de depressão e ansiedade podem estar mais isolados socialmente e ter um nível reduzido de energia e menos sentimentos de competência, o que pode, por sua vez, influencia negativamente o envolvimento em atividades físicas.

As meninas são mais propensas do que os meninos a buscar ajuda e revelar sofrimento emocional à família, amigos ou profissionais de saúde, e o apoio psicológico desses laços sociais as protegem. E como elas experimentam mais sofrimento emocional do que meninos, os estudiosos acreditam que o risco relacionado ao gênero pode ter levado à identificação e intervenção precoce para as meninas e, assim, protegê-las de mais danos.

* As informações e opiniões emitidas neste texto são de inteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao ponto de vista do ge / Eu Atleta / Policlínica