17/09/2021 - Por: G1 - Globo.com EU ATLETA
O uso de máscaras faciais é a medida não farmacológica mais importante na prevenção da disseminação do coronavírus (SARS-CoV-2), causador da Covid-19. Porém, por incrível que pareça, existe resistência à sua utilização e com os argumentos mais disparatados. E a utilização durante a prática de exercícios físicos talvez seja um dos momentos onde as sensações de desconforto realmente apareçam com o uso do dispositivo, e por isso são mais sentidas e trazem mais dificuldade de utilização.
Pesquisadores da Universidade de Connecticut, nos Estados Unidos, resolveram avaliar os efeitos fisiológicos do uso da máscara durante os treinos, documentando aspectos subjetivos e ao mesmo tempo medindo parâmetros fisiológicos. Os 20 voluntários, jovens (idade média de 24 anos) e saudáveis, foram submetidos a um protocolo de treinos aeróbicos no qual por uma hora fizeram quatro séries de exercícios com máscaras faciais e uma série sem a máscara.
O treino consistia em andar e correr em ritmos que levassem a um VO2 máximo de 35 a 60%, a 32 graus de temperatura ambiente, e 54% de umidade relativa do ar. Um dia típico de calor tropical. Durante a prática, eram registradas a temperatura corporal interna dos participantes, frequência cardíaca e dados do microambiente da máscara, temperatura e umidade relativa nas faces interna e externa da máscara. Além disso, eram registradas as sensações dos participantes, com esforço percebido, sensação térmica, sede, níveis de fadiga e desconforto respiratório.
A temperatura corporal e a frequência cardíaca subiram durante o exercício, como esperado, mas o mais importante: sem diferenças nos grupos com ou sem as máscaras.
Nas variáveis de esforço percebido, sede e fadiga sentidos pelos voluntários, também não existiram diferenças nas séries com e sem máscara. Somente o desconforto respiratório foi anotado quando o dispositivo era usado.
A conclusão é de que usar máscaras faciais durante o exercício de baixa e de moderada intensidades, mesmo em ambientes com temperaturas elevadas, não traz alterações fisiológicas para a frequência cardíaca ou temperatura corporal; ou seja, não altera o estresse de calor sofrido pelo organismo, apesar do desconforto respiratório.
* As informações e opiniões emitidas neste texto são de inteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao ponto de vista do ge / Eu Atleta / Policlínica.