26/08/2021 - Por: G1 - Globo.com EU ATLETA

Diversas condições metabólicas, incluindo obesidade, resistência de insulina e diabetes mellitus tipo 2, resultam de um estilo de vida sedentário e da ingestão excessiva de energia através da alimentação. A primeira linha de ataque para o manejo desses distúrbios é a modificação da dieta. Para realizar um cálculo preciso do gasto energético de um indivíduo, podemos usar várias análises, como a calorimetria indireta. Vale destacar que o consumo total de energia reflete suas necessidades e é uma variável crítica na saúde e fisiologia humana. Nesse cenário, a massa muscular desempenha papel fundamental: quanto maior a proporção de músculo sobre gordura de uma pessoa maiores serão suas necessidades calóricas.

Em uma balança comum, um quilo de músculo é igual a um quilo de gordura. Já em termos metabólicos, são estruturas completamente diferentes. Metabolismo é o conjunto de reações bioquímicas e físicas que ocorrem em um organismo vivo. De fato, o modo de funcionamento do nosso organismo e, tudo que precisamos para ter saúde, depende da manutenção de um bom metabolismo.

E isso está intimamente relacionado à composição corporal. O excesso ou a deficiência de gordura corporal geralmente está associado ao mal funcionamento do organismo, predispondo a doenças crônico-degenerativas. Já a manutenção de níveis adequados de gordura em relação aos músculos, ossos e órgãos é o ideal e está relacionado à melhor qualidade de vida e prevenção de doenças.

É importante entender com mais detalhes a composição corporal e identificar se o peso mostrado na balança é composto por gordura ou músculo. Isso é fundamental para analisar a condição real do nosso metabolismo, avaliar riscos e montar uma conduta terapêutica específica e eficaz para cada paciente.

Até pouco tempo, acreditava-se que a taxa metabólica basal (gasto diário de energia) sofria um decréscimo ao longo da vida humana independentemente da composição corporal. No entanto, um estudo recente mostrou que o gasto energético ajustado pela massa livre de gordura é extremamente alto em neonatos para (aproximadamente 50% acima dos valores de adultos). Contudo, diminui lentamente para os níveis normais de adulto em torno dos 20 anos de idade. Após isso, o índice permanece estável na idade adulta (20 a 60 anos), mesmo durante a gravidez. Ocorre uma real diminuição do metabolismo a partir dos 80 anos de idade.

Essas mudanças lançam luz sobre o desenvolvimento humano e o envelhecimento, além de ajudarem a moldar as estratégias de nutrição e saúde ao longo da vida. No entanto, falta avaliarmos os impactos da perda da massa muscular ao longo da vida e seus impactos para a saúde.