13/03/2019 - Por: Portal Macaé Offshore

O Movimento Combustível Sem Imposto (CSI) surgiu no dia 6 de novembro de 2018, inspirado na greve dos caminhoneiros que aconteceu em maio do ano passado e que surpreendeu positivamente toda a sociedade, tanto pela escala como pelo apoio popular e principalmente pelo impacto sobre o Estado. Afinal, os motoristas de caminhão mostraram para a mídia o valor absurdo que é pago de imposto sobre o diesel. Os demais combustíveis também se incluem na mesma situação.

De acordo com dados divulgados pela Fecombustíveis* em 2018, o litro da gasolina era composto por 25 a 34% de ICMS (varia por estado), PIS/COFINS (R$ 0,7925 por litro) e o CIDE (R$ 0,10). Isto significa que, dependendo do estado, quase ou mais da metade do valor da gasolina na bomba é formada por imposto.

O Portal Macaé Offshore entrevistou Alexandre do Nascimento, um dos idealizadores do CSI, empreendedor bastante conhecido na mídia. Ele é o dono da Alezzia, empresa que há dois anos gerou repercurssão nas mídias sociais por produzir catálogos com mulheres seminuas divulgando os móveis de aço inox fabricados.

Alexandre falou desse epsódio e também das ações da CSI. Confira:
 
Macaé Offshore: Você é o responsável pela Alezzia e já foi muito criticado pela exposição de mulheres seminuas. No CSI você usa a mesma estratégia. Não teme que isso possa ser criticado pela população?

Alexandre Nascimento:
De forma alguma. Qualquer coisa que se faça é alvo de críticas. A única coisa que isenta uma pessoa de críticas é ser nada e não fazer nada. O que no nosso caso implica em deixar o povo continuar trabalhando seis meses por ano para sustentar políticos e funcionários públicos.

 
Macaé Offshore: De forma geral, você defende o estado praticamente nulo. Acredita ser realmente possível isso tendo em vista que existe uma parcela considerável da população que é a favor do estado?
 
Alexandre Nascimento: Isso deve ser feito de forma gradual e não em uma paulada apenas. Aquele velho conselho do "baby steps" é muito sábio e devemos segui-lo.

 
Macaé Offshore: Embora exista uma página do CSI, há uma pessoa conhecida como "estagiário" que defende as reivindicações do grupo e participa das panfletagens do movimento, que grava vídeos para a página da Alezzia. Se o movimento é popular e apartidário, por que o estagiários publica tais vídeos na página da Alezzia e não do CSI?

Alexandre Nascimento: O "Estagiário" é um personagem da Alezzia. O CSI é um movimento muito mais focado e pontual que procura fazer uma comunicação bem mais simples e de fácil entendimento. Por isso preferimos deixar O Estagiário somente na Alezzia.


Macaé Offshore: Como você reage quando alguém não vê credibilidade no CSI por causa das reivindicações e do uso de mulheres seminuas?

Alexandre Nascimento: Muito bem. Cada um é livre para tirar suas próprias opiniões. Veja nossos políticos, juízes e funcionários públicos de alto escalão. Todos eles andam de gravata e até de toga. Você acha que eles tem credibilidade? Você confia neles a ponto de entregar seis mes por ano do seu trabalho para essas pessoas? Acha que a aparência sisuda deles faz com que seu dinheiro seja bem empregado? É claro que existem exceções entre essas pessoas do governo que foram citadas, mas, são as exceções.

 
Macaé Offshore: O movimento se inspirou na greve dos caminhoneiros. De que forma pretende chamar a atenção das autoridades para o número de impostos sobre os combustíveis?
 
Alexandre Nascimento: Somos um movimento de rua. Fazemos atividades de rua como panfletagens, manifestações, ensaios fotográficos, lives, etc. Como vamos fazer essas atividades de forma consistente por tempo indeterminado, o fim vai acontecer quando zerarmos os impostos, eventualmente vamos chegar ao nosso objetivo de ter um milhão de pessoas na rua contra essa roubalheira de impostos. E com 1 milhões de pessoas na rua é certo de chamar a atenção das "autoridades".


Macaé Offshore: Por que o CSI defende a extinção da ANP?
 
Alexandre Nascimento: Agências reguladoras são Cabide de empregos e formadores de cartel. É aquela velha história de "Crio dificuldade para vender a facilidade". A ANP entre outras coisas burocratizou o mercado de uma tal forma que a gasolina tem que passar por dois atravessadores até chegar ao consumidor. Nem eu nem você e nem ninguém podemos chegar em uma refinaria e pedir para abastecer o nosso carro simplesmente porque os burocratas da ANP acham que isso não é legal. E por eles acharem isso, ninguém pode fazer. Todo o peso dessa burocracia cai sobre o povo e principalmente sobre os mais pobres. A ANP tem que ser fechada para ontem. O simples fechamento dela resolve 30% de todo o problema dos combustíveis no Brasil.


Macaé Offshore: Dentro da sua proposta, como seria feita a fiscalização contra a falsificação dos combustíveis?

Alexandre Nascimento: Quem fiscaliza os aviões para eles não caírem? O governo ou as empresas? Quem fiscaliza o Uber? Quem fiscaliza os vendedores do Mercado Livre? Existe uma Agência Nacional do Mercado Livre? Quem vai fiscalizar é o próprio consumidor através de aplicativos que vão ser criados para qualificar os postos de combustível. Posto de combustível que fraudar combustível vai ser imediatamente descartado pelos clientes pela chuva de crítica. A maioria dos donos de postos são honestos e com o fim da ANP serão criadas agencias certificadoras como uma DNV ou um PwC da vida que com o peso do seu nome vão dar a tranquilidade ao consumidor que o produto tem qualidade. Você compra Nestlé porque confia no nome da empresa ou porque algum burocrata de uma agência do governo fica lá fiscalizando?