01/11/2018 - Por: ASCOM Policlínica / Dados: Portal Brasil

Conscientizar para prevenir e combater o câncer de próstata: essa é a tônica do Novembro Azul, movimento internacional que ocorre ao longo de todo o mês, com vasta divulgação de informações sobre as principais doenças que acometem a população masculina, destacando as formas de detectá-la antecipadamente e ajudando a tirar o estigma dos exames que ajudam nas rotinas de check-up médico.

Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) mostram que este é o sexto tipo mais comum de câncer no Brasil e o segundo mais frequente em homens, após os tumores de pele. No ano passado, foram identificados mais de 60 mil novos casos da doença.

Considerada uma doença da terceira idade, devido ao fato de três quartos dos casos ocorrerem em homens acima dos 60 anos, o câncer de próstata pode demorar a se manifestar, o que exige exames preventivos constantes para não ser descoberto em estágio avançado e potencialmente fatal.

A doença acontece quando as células da próstata, glândula responsável, juntamente com as vesículas seminais, pela produção do esperma, começam a se multiplicar de forma desordenada.

Como forma de prevenção, é recomendado que todos os homens, a partir dos 40 anos, façam o exame de toque retal. Descoberta na fase inicial, a doença, quando tratada, tem baixa mortalidade.

Causas
Por ser uma doença multifatorial, a ciência ainda não conhece todos os fatores que levam à doença. No entanto, o risco aumenta com o avançar da idade. No Brasil, a cada dez homens diagnosticados com câncer de próstata, nove têm mais de 55 anos. Estudos recentes também mostram maior risco em homens com peso elevado e com histórico da doença na família.

Sintomas
Na fase inicial, o câncer de próstata pode não apresentar sintomas. Quando apresenta, os mais comuns são: dificuldade de urinar, sangue na urina, necessidade de urinar mais vezes. Havendo alguns desses sintomas, recomenda-se a realização de exames.

Exames
É realizado o exame de toque retal, no qual o médico avalia tamanho, forma e textura da próstata, introduzindo o dedo protegido por uma luva lubrificada no reto. Esse exame permite palpar as partes posterior e lateral da próstata.

Também é realizado exame de sangue que mede a quantidade de uma proteína produzida pela próstata – Antígeno Prostático Específico (PSA). Níveis altos dessa proteína podem significar câncer, mas também doenças benignas da próstata.

Todos os homens devem realizar esses exames?
Alguns especialistas são contra, já outros são a favor de se fazer exames de rotina em homens sem sintomas, pois pode trazer tanto benefícios quanto riscos à saúde. Os riscos desses exames estão relacionados às consequências dos seus resultados, e não à sua realização. “Os exames podem resultar no falso positivo, o que pode levar a um excesso de exames, como a biopsia, que pode ter complicações desnecessárias para o paciente”, explica Arn Migowski, médico epidemiologista do Inca. O Ministério da Saúde, assim como a Organização Mundial da Saúde, não recomenda que se realize o rastreamento do câncer de próstata.

Tratamento
Caso a doença seja comprovada, o médico pode indicar radioterapia, cirurgia ou até tratamento hormonal. Para doença metastática (quando o tumor original já se espalhou para outras partes do corpo), o tratamento escolhido é a terapia hormonal. A escolha do tratamento mais adequado deve ser individualizada e definida após médico e paciente discutirem os riscos e benefícios de cada um.

Prevenção
Já está comprovado que uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais, e com menos gordura, principalmente as de origem animal, ajuda a diminuir o risco de câncer, como também de outras doenças crônicas não-transmissíveis. Nesse sentido, outros hábitos saudáveis também são recomendados, como fazer, no mínimo, 30 minutos diários de atividade física, manter o peso adequado à altura, diminuir o consumo de álcool e não fumar.

A idade é um fator de risco importante para o câncer de próstata, uma vez que tanto a incidência como a mortalidade aumentam significativamente após os 50 anos.

Pai ou irmão com câncer de próstata antes dos 60 anos pode aumentar o risco de se ter a doença de 3 a 10 vezes comparado à população em geral, podendo refletir tanto fatores genéticos (hereditários) quanto hábitos alimentares ou estilo de vida de risco de algumas famílias.