13/09/2018 - Por: ASCOM / com informações do Portal Clique Diário

Em Macaé, os aumentos são repassados imediatamente para o consumidor

A Petrobras anunciou novo aumento no preço da gasolina em suas refinarias nesta quarta-feira (12) quando os preços praticados pela empresa passam de R$ 2,2069 para R$ 2,2294, atingindo a maior marca desde a implantação da nova metodologia, em que a estatal promove um reajuste diário nos preços dos combustíveis. De acordo com o jornal Valor Econômico, desde a nova política de preços da Petrobras, adotada em 3 de julho de 2017, a gasolina já apresentou um aumento de 69,62%, tendo uma valorização de 69,46%.

Pela nova metodologia, os reajustes acontecem com maior periodicidade, inclusive diariamente, refletindo, sobretudo, o preço internacional e o câmbio, pois, segundo a empresa, "isso ajudaria a conferir maior competitividade externa nos preços dos combustíveis", o que na prática, vem gerando verdadeiro desespero do consumidor e, em muitos casos, denunciando aumento abusivo por parte dos postos de combustível.

O diesel, que no fim de agosto, teve alta média de 13,03% nos preços praticados nas refinarias do país, após 3 meses de valores congelados, depois que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) determinou os novos preços de comercialização do diesel dentro da política de subvenção ao combustível.

Em maio deste ano, o aumento do preço do diesel provocou uma das maiores greves da história do país ao paralisar quase toda a frota de caminhões do país, gerando enorme prejuízo e uma falta de abastecimento em quase todas as áreas da economia. Segundo a Petrobras, o preço do diesel será mantido até 29 de setembro.

Antes do anúncio da estatal sobre o aumento do diesel, o preço do produto permanecia estável em R$ 2,0316 por litro desde 1 de junho, quando a estatal reduziu em R$ 0,07 o valor em suas refinarias. O compromisso foi originado justamente da greve dos caminhoneiros, no fim de maio, atendendo a uma das principais reivindicações da categoria, que era redução no preço do combustível.

Preços nos postos
Apesar da alta não ter ligação direta com o preço praticado nas bombas dos postos de combustível em todo país (a legislação brasileira confere autonomia aos donos dos estabelecimentos para repassar ou não os reajustes), em Macaé, os aumentos são repassados imediatamente ao consumidor, ao contrário das reduções nos preços anunciadas que dificilmente são praticadas, a fim de gerar competitividade e fomentar a atividade econômica local, impactada fortemente pela crise econômica regional.

Outro que sofreu alta foi o preço médio do etanol, que aumentou 2,4%, subindo de R$ 2,626 para R$ 2,690. Todavia, o valor representa uma média calculada pela ANP e, portanto, pode variar de acordo com a região.

De acordo com o site precodoscombustiveis.com.br, que mede, com base nos dados da própria ANP, os preços praticados em todo país, o custo dos combustíveis é mais alto ainda em Macaé, considerada Capital Nacional do Petróle. No entanto, os dados do site estão desatualizados. Na cidade que abriga a maior base da Petrobras fora da capital fluminense, o preço da gasolina varia de R$ 5,05 até R$ 5,65 ficando até R$ 1 mais alto que a médica nacional divulgada pela ANP.

O mesmo acontece com o preço do diesel, que varia de R$ 3,359 até R$ 3,799, e com o preço do etanol, que varia entre R$ 3,290 e R$ 3,951, também muito acima da média calculada pela Agência reguladora do petróleo nacional.

O professor José Andrade reclama que, em Macaé, num espaço de dois meses, o custo para encher o tanque de seu carro aumentou quase R$ 100: "Cada dia está ficando pior! Vez por outra, a Petrobras anuncia na imprensa lucro e recordes batidos. Só que eu não recebi aumento de salário esse ano. Porque a gasolina em Macaé tem que aumentar tanto a ponto de ser mais cara do que em Campos dos Goytacazes, que é bem mais longe de uma refinaria, por exemplo?" desabafou.