06/08/2018 - Por: O Globo On

Plataforma da Petrobras (rep.: Google Search Engine)

Após a polêmica criada com a parada de uma plataforma de petróleo da Petrobras, o Ministério de Minas e Energia convidou a estatal a participar de todas as reuniões mensais de monitoramento do setor elétrico. Além disso, o governo quer que a empresa “comunique com antecedência futuras paradas preventivas de plataformas e gasodutos que possam trazer impactos no setor elétrico”.

A Petrobras iniciou na semana passada uma parada programada da plataforma de Mexilhão, na Bacia de Santos, para manutenção e realização de obras de infraestrutura para o escoamento de gás natural que será produzido nos campos do pré-sal. Ao mesmo tempo serão desligadas para manutenção sete térmicas a gás.

Para substituir os 15 milhões de metros cúbicos produzidos diariamente por Mexilhão, a petroleira vai aumentar a oferta de gás importado, que é mais caro. O temor no governo é que essa decisão signifique um aumento nas tarifas de energia. Isso porque será necessário acionar térmicas movidas a óleo, que são mais caras, além do gás importado também ter um custo mais alto.

O ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, chegou a pedir ao presidente da Petrobras, Ivan Monteiro, que estatal adiasse a parada na plataforma, que começou semana passada e vai até setembro. A empresa, no entanto, decidiu manter a programação.

Segundo o Ministério de Minas e Energia, no encontro, Moreira manifestou preocupação com os possíveis impactos da parada da plataforma de Mexilhão no custo de geração de energia elétrica. Monteiro disse não ser possível acatar o pedido de Moreira para postergar a manutenção, e apresentou motivos técnicos. “O presidente da Petrobras garantiu ao ministro que não há risco de falta do produto”, segundo a pasta.

Com a polêmica, a Petrobras participou nesta quarta-feira da reunião do Comitê de Monitoramento de Setor Elétrico (CMSE) para apresentar os detalhes da parada na plataforma. Esse grupo reúne as principais autoridades do setor e se encontra mensalmente. A Petrobras não participarava das reuniões.

Na reunião, a empresa informou que o objetivo da parada é atender a exigência legal de segurança do Ministério do Trabalho, além ampliar a capacidade de escoamento do gasoduto, de acordo com Minas e Energia. Segundo a empresa, a adequação da plataforma Mexilhão era programada desde 2016.